terça-feira, 1 de setembro de 2009

Temporários


Victoire de Samothrace
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Nesta próxima sexta, dia 4 de Setembro, o SESC DF apresenta a Brasília sua exposição Obras-primas dos Museus da França. A mostra a se realizar por apenas 15 dias, ao lado do Teatro Nacional Cláudio Santoro, propõe nos trazer as obras mais conhecidas dos museus franceses em suas melhores qualidades de reprodução (?!). Baseada no argumento da dificuldade de visitar instituições tão prestigiadas, a organização da exibição colocará a nossa disposição o total de 131 reproduções de altíssima qualidade, remontando um passeio possível de oito mil anos pela história da arte ocidental.

Os museus que possuem as obras reproduzidas em questão são filhos do pensamento Iluminista e da Revolução Francesa, que juntos contribuíram para dois momentos que merecem atenção na história da arte: a divisão temática dos museus e a criação dos primeiros museus públicos, pertencentes ao Estado.

O primeiro fato incorreu na especialização (hoje por vezes extremada) dos museus de arte, neste caso específico. Ainda neste período, segunda metade do século XVIII, os museus possuíam em seus interiores obras consagradas de seu passado, reconhecidas pela história da arte recém-nascida* nesse momento. Sendo assim, o desenvolvimento de museus estatais é um movimento que começa tímido no final do século XVIII e culmina no século seguinte quando das revoluções liberais européias, há a transferência maciça de bens culturais de igrejas ou realezas para o Estado.

Sabendo da ontologia dessas casas que abrigam grande parte da história artística ocidental, nos cabe agora a pergunta: vale a pena ter acesso a reproduções de tais obras? Obviamente o contato com a própria obra de arte é insubstituível em qualquer instância. A palavra reprodução carrega em si o sentido de imitação fiel, cópia. Sabemos, pois, que nos séculos XVI e XVII, foi importantíssima a circulação de reproduções de obras de arte na forma de gravuras ou cópias em miniatura. Estas garantiram a difusão e o acesso às imagens que haviam sido produzidas com bastante louvor, numa época em que se inventava a primeira máquina mecânica, o relógio.
O acesso a tais obras com certeza, hoje, já é tão simples e possível para uma grande parcela da população por meio da internet. Já questões como, tamanho da obra ou materiais utilizados, são dados que, imagino, as reproduções de altíssima qualidade podem nos ser útil.
Uma coisa é certa, para uma cidade que carece de museus de coleções de arte, um espaço minimamente organizado para receber a cópia de algumas das obras mais significativas da arte consagrada ocidental, já é útil no sentido de que uma obra em um espaço, ou sua reprodução de altíssima qualidade, evoca muito mais do que a própria obra poderia pretender. Talvez, nesse sentido, essa exposição, que terá entrada gratuita, será de grande valia.

*no mesmo momento estavam sendo desenvolvidos os primeiros escritos de história da arte como hoje a conhecemos; principalmente baseada na idéia de estilos.

Este texto é dedicado a Matias Monteiro do blog Dando Nome Aos Bois.

La Dentellière - Jan Vermeer

segunda-feira, 27 de julho de 2009

.sobre o meu cinema.

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Já está mais que declarado que minha praia não é o cinema. Apesar de sempre gostar muito ‘das artes’ desde muito nova, as duas linguagens que nunca me aproximei foram o teatro e o cinema. O primeiro nem vou me dar o trabalho de falar sobre neste momento; o outro, se for parar para pensar na gênese deste na minha vida, acho que se deu com sessões incontáveis de Marry Poppins nas minhas tardes: resultado amor pela atriz protagonista [Julie Andrews], memorização de todas as músicas em inglês, além do ínicio de uma paixão por musicais. Paixão esta muito raza visto até hoje só tenho uma noção de musicais mais tradicionais como Noviça Rebelde ou Hello Dolly, nunca vistos na íntegra. Mas então logo veio outra febre, não minha, mas familiar, e, por coincidência, outro musical: Hair. Este deve ter sido exibido pelo menos umas vinte vezes no domingo na casa da vó, depois do macarrão com frango. Bem mais digno de ser orgulhar do que o primeiro, este, com sua trilha otima de morrer embalou e ainda embala minhas trilhas diárias e principalmente festas da família, com direito a encenações das coreografias e tudo mais. O mesmo aconteceu com Grease, com recepção familiar exatamente igual. Sendo assim não tinha mais como fugir dos musicais; no embalo recentemente seguiu Molin Rouge, Chicago e Mamma Mia, pelo que me lembro no momento. Mas filmes de outros gêneros - sempre fazendo referência aos domingos na vó - acho que o primeiro que me vem a cabeça como sendo o mais antigo que me recordo é A Lista de Shindler. Na verdade nunca poderia me dedicar a ser amante do cinema pois sofro de 'esquecimento remoto quase imediato': sou capaz de ver um filme e uma semana depois não me recordar sequer do enredo, fico na maioria das vezes com alguma lembrança vaga ou alguma cena marcante, mas quase nunca o conteúdo. Deve haver um ‘ativar’ na memória seletiva no quesito 'filmes'. Por exemplo d’A Lista de Shindler, a única coisa que me recordo é a cena da menininha de vestido vermelho andando no meio da rua. Se não for um filme que eu assista repetidamente, logo é apagado da memória. O bom é que fica ‘como se fosse a primeira vez’.

Mas para que esse post não me desenhe como tão boba das películas, aconteceu, após uns anos, o programa cult-pimba que todo jovem de Brasília deve começar a fazer: frequentar o Festival de Brasília de Cinema Brasileiro. Neste ví a estréia de Dois Perdidos Numa Noite Suja, Concepção, Amarelo Manga, além de curtas horríveis e ótimos [entre eles um que nunca esqueço que encenava um dos quadros de Vermeer, tão singelo e grandioso que me fez prestar atenção ao formato de duração menor]. Do primeiro estreante que citei não me lembro nadinha da história, do segundo carregamos a frase ‘o que que a gente faz com tudo isso que a gente é?’, que só me lembro porque todas as amigas – acompanhantes na sessão – sempre retornam a mesma. O Amarelo Manga me traz uma cena muito engraçada: uma mulher carregando um balde, aparentemente muito pesado, com o outro braço bem elevado, quase na horizontal, demonstrando que realmente o balde aparentava muito pesado. Qual o sentido dessa recordação, nem eu sei muito bem. Mas passado o ritual de iniciação ao mundo cult-pimba brasiliense, hoje já frequento o Festival, sempre que dá, com gosto, mas sem nunca acertar os vencedores. [Ainda sobre o Festival uma vez ouvi algo muito engraçado, uma pessoa dizendo que, ‘antigamente’, em Brasília, o ano acabava quando o Festival chegava ao fim, mais nada acontecia na cidade. Tenho minhas dúvidas se isso ainda não se aplica...].

Para dar fim a todo esse blá-blá-blá, ainda tenho que dizer que o último filme que me impressionou foi um iraniano – para posar definitivamente de pseudo-cult-pimba – que ví num curso sobre cinema que assiti somente uma aula. Porém, este post é para assumir que não tenho nenhuma habilidade, nem conhecimento amplo sobre cinema, mas que mesmo assim, tentarei fazer uma série de posts sobre uns detalhes de filmes já vistos, que assistirei de novo, com certeza. Não é possivel que uns seis anos de Festival não me ajudaram em nada, nem os filmes europeus do Cine Academia, ou festivais do CCBB. Além do mais tem minha irmã, que nunca desiste dessa tarefa árdua de me colocar em dia do mundo cult-indie-pop-pimba-trash [resumindo todos]!

até.

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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Brasília

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um grande eixo, dois traços, três escalas, dois notáveis, nenhuma coleção, um ‘visionário’, uma utopia, a terceira capital, um festival nacional, a quarta mais populosa do país, um urbanista, um arquiteto brincando de esculpir prédios, segundo maior PIB, um padre, um plano, um lago, nenhum prefeito, uma cidade poli nucleada, uma universidade federal, nenhum museu, uma Lei, uma idéia do Marquês, dois paralelos, uma missão, um grande centro cultural, uma promessa, uma coincidência com Roma, nenhum nome de rua, um astronauta, uma sala de exposições que brinca de museu, treze cidades irmãs, uma grande livraria realmente interessante, trinta regiões administrativas, nenhuma praia, um patrimônio da humanindade, quatro palácios, nenhum castelo, nenhuma companhia estadual de teatro ou dança, um templo, uma biblioteca vazia, duas linhas de metrô, uma praça de concreto, três anjos, quatro grandes bandas, um grande cinema, nenhuma serra, cinco mil oitocentos e dois quilômetros quadrados.


imagem # carolinabarmell

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segunda-feira, 6 de julho de 2009

*Invasão por Beatriz Barmell*

Amor, isso era pra ser bem maior, com mais aparições, mas acabou que o fim do semestre impossibilitou isso...mas fica aqui uma pequena homenagem da nossa família que te ama e que está morrendo de saudades!

Beijocas e chega logo quata-feira!

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sexta-feira, 26 de junho de 2009

.mais um, mais um !

.Comemoração multicultural.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

.a livraria pimba.

.bem do ladinho de casa tem um espaço genial, que fora uma fábrica de muitas coisas, hoje Lx Factory. nessa mistura de ambiente abandonado e sempre em reforma, está a livraria Ler Devagar: quando se entra, a última coisa que se pensa é que eles realmente vendem livros!

[]. very close of my house has a great place, which was a plant of many things today Lx Factory. a mixture of a abandoned building and always in retirement, is the library Ler Devagar: When you enter, the last thing you think is that they actually sell books!

domingo, 24 de maio de 2009

.a augusta.

.depois de horas e horas andando por ruas estreitas e com grandes inclinações, resolvemos ir a um jazz . no meio do caminho, desviado para conhecer o novo Museu de Design, somos surpreendidas por isso. minha amiga [holandesa] pergunta: 'o que é isso?' e digo: 'para mim é carnaval!' continuamos sem saber o que era... - Rua Augusta.

[]. after hours and hours of walking on streets with large gradients, we decided to go to a jazz. in the middle of the way, diverted to meet the new Museum of Design, we are surprised by this. my friend [Dutch] ask me: 'what is that? " and say, ' for me is Carnival ! ". we still do not know what was ... - Augusta Street.